A criança antes de falar certa palavra já tem conhecimento sobre a mesma, o
percurso entre o aparecimento da primeira transmissão oral até à formulação das
frases complexas é longo, e corresponde essencialmente à infância, este período
subdivide-se em “patamares” não inflexível, que caracterizam o desenvolvimento
desta. É importante, pais e educadores estarem atentos à evolução. Motivarem e
apoiarem quando necessário.
Os fatores determinantes no desenvolvimento das competências são:
Esquema demonstrativo da influência dos fatores no desenvolvimento:
O adulto tem assim um importante papel na participação do desenvolvimento da criança:
Segundo
o texto “Consciência Metalinguística e Alfabetização: Um Estudo com Crianças da
Primeira Série do Ensino Fundamental”, a consciência metalinguística retrata a
aprendizagem da leitura e da escrita. Esta é uma expressão geral que rodeia distintos
tipos de habilidades, como: segmentar e manipular a fala, separar as palavras
dos seus referentes, como o texto indica, “estabelecer diferenças entre
significados e significantes”, perceber semelhanças sonoras entre palavras e
por fim, julgar a coerência semântica e sintática de enunciados.
A
criança quando inicia o seu percurso escolar, já é detentora da utilização da
linguagem como forma de comunicar. Como já foi escrito, em outro tópico, essa
capacidade foi adquirida naturalmente, através de experiências com o mundo que
a rodeia.
Segundo
Yavas (1988), “as pesquisas desenvolvidas sobre o tema da consciência metalinguística têm demonstrado que as habilidades nelas envolvidas estão longe de se comportar
como um conjunto homogéneo”.
O
estudo revela que a partir dos 2 anos de idade a criança começa a revelar pronúncia
de determinadas palavras e no seu modo de falar.
Consciência
Fonológica:
Esta
diz respeito à aptidão em estudar as palavras da linguagem oral, consoante os
diferentes sons que as constituem.
Segundo
o texto, o estudo revelou que “as habilidades de análise silábica e de outras
unidades supra-segmentares são observadas com maior frequência entre
pré-escolares, sugerindo que esta habilidade tende a ser desenvolvida de forma
mais natural, provavelmente devido a fatores de ordem fono-articulatória”.
A
aptidão de análise e maneio dos fonemas expõe maior dependência “do contacto
com o código escrito, sendo em geral desenvolvida como resultado, ou pelo menos
concominantemente, ao processo de alfabetização.” (Bertelson, Gelder, Tfouni
& Morais, 1989; Gombert & Colé, 2000; Maluf & Barrera, 1997; Morais
& cols., 1986, 1989).
Apesar
dos estudos que têm sido realizados sobre este assunto, eles demonstram que a
aptidão para analisar a fala em unidades silábicas, pode ser desenvolvida espontaneamente
pelo simples facto de a criança atravessar experiências informais ao longo do crescimento
com a linguagem oral, contudo, existem alunos com grandes dificuldades de
alfabetização, esta situação leva a que alguns autores, como, Maluf &
Barrera, 1997; Manrique & Signorini, 1998; Soares & Martins,
1989, defendam “a importância da sistematização de atividades pedagógicas,
visando desenvolver os diferentes níveis de consciência fonológica” aquando o
processo inicial de alfabetização. Esta situação poderá vir a simplificar a
aquisição da linguagem escrita.
Consciência
Lexical:
Segundo
Ehri (1975), “diz respeito à habilidade para segmentar a linguagem oral em
palavras, considerando tanto aquelas com função semântica, ou seja, que possuem
um significado independente do contexto (adjectivos, substantivos), quanto
aquelas com função sintático-relacional, que adquirem significado apenas no
interior de sentenças (conjunções, preposições) ”. Esta situação só é plausível
se a criança adquirir critérios gramaticais de segmentação da linguagem, o que
poderá acontecer apenas por volta dos sete anos de idade.
Estudos
(Tolchinsky-Landsmann & Levin, 1987), também revelam que “esta consciência desenvolve-se
antes da consciência silábica e que esta precede a consciência fonémica”.
Consciência Sintática:
Este
diz respeito à aptidão para pensar e manipular mentalmente a construção
gramatical das sentenças. Está diretamente relacionada com o caracter
articulatório da linguagem humana. Segundo o texto “Consciência Metalinguística
e Alfabetização: Um Estudo com Crianças da Primeira Série do Ensino
Experimental”, a afirmação acima referenciada, deve-se ao facto “desta ser
articulada, isto é, constituída por um número limitado de unidades que permitem
construir, a partir de diferentes combinações, um número infinito de mensagens,
são necessárias regras convencionais de combinação entre as palavras que
organizem a linguagem de modo a produzir enunciados que façam sentido.”
Existem
estudos que revelam, que a aquisição da linguagem escrita não depende somente
da sensibilidade/consciência dos aspectos fonológicos e morfológicos da
linguagem oral. E no que se refere ao entendimento/habilidade de compreensão da
leitura, os maus leitores tendem a ter mais dificuldade na monitorização da
compreensão de um texto, do que aqueles que têm facilidades na leitura.
Segundo o Dicionário em linha Infopédia, Metalinguagem
tem vários significados: linguisticamente é uma linguagem utilizada para tratar
de assuntos linguísticos, também pode ser considerada como uma linguagem
construída para descrever a linguagem natural ou então uma linguagem utilizada
para descrever outras linguagens. Assim podemos interpretar estas definições
como uma linguagem que “fala” da própria linguagem.
Mas como se
desenvolve e qual a sua importância na aquisição e desenvolvimento da
linguagem?
Segundo Sónia Cardoso (2011), o desenvolvimento da
metalinguagem está substancialmente relacionado com o domínio cognitivo, na
medida em que insere num limiar superior de conhecimento sobre a linguagem que
é abstrato, caracterizando-se pela capacidade, reflexão e ordenação da língua.
Assim, “quanto maior for o número de experiências de linguagem que a criança
possui e quanto mais refletir sobre o seu uso, maior será a sua consciência
metalinguística”.
A
consciência metalinguística é um misto de diversos aspetos relacionados com o
formato da linguagem (fonologia, morfologia e sintaxe), com o seu sentido
(semântica) e com a sua prática (pragmática). O que leva a que a aquisição da
linguagem seja algo bastante complexa, o que por sua vez implica uma
consciência multidimensional, por parte da criança. Ou seja, consciência dos vários
domínios da linguagem.
Cardoso, S. J. S., 2011, Consciência de Palavra em
Crianças de Idade Pré-escolar e Escolar, Dissertação de Mestrado em
Desenvolvimento e Perturbações da Linguagem na Criança Área e Especialização em
Terapia da Fala e Perturbações da Linguagem, Universidade Nova de Lisboa
metalinguagem In Infopédia [Em
linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013. [Consult. 2013-12-15]. Disponível na www: <URL:
http://www.infopedia.pt/lingua-portuguesa/metalinguagem>.
|
PARABÉNS pelo esclarecimento.
ResponderEliminar